Texto sobre solidão: Um dia somos 1... Tiago Szymel
Texto sobre solidão:
Um dia somos 1 espermatozoide em meio a 200 milhões e inacreditavelmente, por uma questão biológica, conseguimos fecundar o óvulo da nossa mãe.
Ao longo dos 9 meses de gestação a vida vai tomando forma, aquilo que hoje chamamos de amor no meu entendimento se inicia ali no útero. Quando de repente, somos expulsos, apesar de não haver uma outra forma da vida continuar, essa forma gera um trauma inconsciente.
Vivíamos em plena felicidade e agora a vida do lado de fora demanda adaptações. Toda vez que ficamos tristes em profundidade, é comum que queiramos ficar no escuro e às vezes em posição fetal, olha aí nosso inconsciente dizendo o nosso desejo profundo de novo...
Tenho um pensamento sobre isso: Nascemos sozinhos, morreremos sozinhos. E nesse intervalo no qual a vida acontece, em alguns momentos estamos acompanhados, seja com familiares, colegas de trabalho, eventualmente amigos, desconhecidos, e às vezes encontramos na jornada o amor da nossa vida, ali nos encontramos.
Pelo menos essa é a sensação sentida. Mas em grande parte do tempo, estamos fadados a solidão. Ainda que estejamos com 1 milhão de pessoas em volta na multidão, estamos sozinhos.
Essa solitude nos faz pensar que a vida com afeto cause melhores sensações. Porém não podemos ditar as regras do jogo. Cada um nos ama da sua maneira, com o que pode e com o que tem. Uns mais outros menos, outros no rejeitam, outros são indiferente e assim somos com os outros também, queremos está presentes na vida de alguns, distante de outros e a vida acaba sendo essa dinâmica de que alguém sempre se sente só.
O amor próprio entra aí, entra no aprender a brincar sozinho, em respirar fundo e inspirar mais profundo ainda.
Pode ser doloroso, pode machucar a alma a solidão após rompimentos dramáticos, entendo isso e não questiono, afinal o hábito de acordar ao lado da felicidade todos os dias e de repente acordar e a felicidade não está mais ali, pode ser um pesadelo.
Fora os traumas das pessoas que morrem e o pesadelo do rompimento com o amor da sua vida, a vida pode ser boa.
Tiago Szymel