Lembro da primeira que vez que te vi.... Ricardo Ferraz

Lembro da primeira que vez que te vi. Foi meio tipo "Bum" sabe, aquela coisa de quando você entra num shopping Center bem no meio do mês de dezembro, todo enfeitado com as luzes de natal, musiquinhas natalinas, bolas de todas as cores, lojas cheias, pessoas felizes com suas sacolas coloridas ou papéis pardos, gente bem vestida, todas perfumadas, crianças correndo nas escadas rolante, casais de mãos dadas fazendo Selfies nas mesinhas da praça de alimentação. Acho que o coração da gente é meio isso, um pouco de festa e de tudo aquilo que nos encanta quando a gente bate o olho pela primeira vez, e no susto, faz silêncio e diz pra si mesmo: Ué, onde é que você esteve todo este tempo? Da uma sensação de desequilíbrio e ao mesmo tempo uma motivação de estar se sentindo em paz, que é improvável saber ou poder admitir o que é de verdade que se passa por dentro de nós. Não estou dizendo que minha vida virou festa só porque encontrei um pote de ouro no meio da estrada, estou dizendo que o coração da gente ganha mais vida, e quando a gente achava que já ia terminar o jogo, que o relógio já ia fechar os quarenta e cinco do segundo tempo... pronto!, vem o destino e me dá um acréscimo, um sobressalto porque não dizer: estamos todos propensos a sustos. A vida da gente é um mistério mesmo, a gente não sabe e não entende de nada, somos tolos e não acreditamos nas possibilidades e no quanto nossa vida pode mudar inteira de um dia para o outro. Somos frágeis demais por não acreditarmos na nossa própria capacidade de poder conceber um bem para alguém, seja lá qual alguém este alguém for. Gerar algo bom fora daquela sequência cotidiana dela, arrancar um sorriso espontâneo no meio da tarde, enquanto ela toma um refrigerante e divide com você as coisas mais simples da vida. Sabe, a gente pode dar alegria, podemos sim ser importantes, ser necessários, ser indispensáveis, ser amados por nossa alegria farta, por nossa opinião que nunca bate, por nossas diferenças(talvez seja isso que nos faça ser quem somos dentro da vida de uma outra pessoa). A gente aceita por amor, a gente muda por amor, a gente aprende por amor, e ai descobre que vida de tão simples e tão incrível, só respira se for por amor.
Ricardo F.