Na profunda e sombria região de uma... Conto de um anime japonês "...
Na profunda e sombria região de uma floresta havia uma tribo, escondida de todos. Eram dotados de enormes asas e imensa beleza, mas todos os chamavam de feras. Com eles, viviam sua princesa, com suas largas asas acinzentadas. De acordo com a lei da tribo, ao completar 16 anos, a princesa alçou voo para o mundo além da floresta. Cruzou montanhas íngremes, sobrevoou rios arredios e arredios e alcançou à terra dos humanos. A lua brilhava no céu noturno. Ela pousou no jardim de um castelo, onde encontrou um jovem fitando a lua. A princesa se escondeu nos arbustos, observando-o atentamente, e pela primeira vez em sua vida, o amor floresceu em seu coração. Mas ele era de outra raça; humanos e feras não podiam viver juntos. E assim, a princesa decidiu consultar uma bruxa da floresta, e lhe disse: “Quero ser humana. Quero viver ao lado dele.” E a bruxa respondeu: “Entregue-me suas asas e eu a ajudarei. Mas lembre-se sempre, por mais que você se disfarce, você é uma fera, e um dia há de consumir a vida do príncipe.” A princesa arrancou suas asas e foi tomada pela dor mais intensa que já sentira, e mesmo assim, sorria de felicidade, com lágrimas de alegria correndo por seu rosto. “Sou humana! Sou humana! Agora eu sou como ele.” A princesa seguiu rumo mais uma vez para terra dos humanos-desta vez, á pé. No deserto, ela encontrou um grupo de pessoas. “Oh não! Tem alguém aqui que pode salvá-lo?!” Um dos jovens do grupo foi mordido por uma cobra. A princesa correu para o socorrê-lo e chupou o veneno de sua ferida. “Obrigado, corajosa jovem. Eu sou o príncipe desta terra.” Era o mesmo jovem que ela conheceu no castelo. “Eu devo minha vida a ti. Case-se comigo.” A cerimônia de casamento foi realizada pouco depois. O padre perguntou á princesa, em seu vestido branco como neve: “Você promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe?” “Sim!” Os dois trocaram anéis, e com a benção do padre, selavam seus votos com um beijo. Vivas ecoaram por todo o país. “Viva a jovem que salvou nosso príncipe!” O reino inteiro celebrou seu casamento. “Humanos! Humanos! Eles não têm asas para voar, nem presas e garras pra caçar. São criaturas fracas e frágeis, mas são tão, tão acolhedores… humanos são incriveis
!” Após o casamento, ela viveu feliz como princesa de um reino humano. Ela auxiliava o príncipe em suas tarefas, viajando pelo mundo, e viu oceanos que reluziam como safiras verdejantes e auroras. A princesa segurou mão do príncipe e, sorrindo, lhe disse: “Não solte minha mãe nunca mais.” Mas a felicidade da princesa durou pouco. Certa noite ela acordou com uma dor que parecia querer raga-la ao meio, e percebeu que seu corpo estava se tornando o corpo de uma fera. “Por quê?
Eu te pedi para me fazer humana!” Em suas costas nasciam asas negras como piche, rasgando sua pele e carne ao se abrir. “Toda magia tem um preço, você teve uma vida muito feliz como humana, agora é hora de perder tudo isso e se transformar em um monstro hediondo.” Sussurrou a bruxa da floresta “contudo, se você matar a pessoa que você mais ama, você estará livre desda maldição e poderá voltar a ser a fera de antigamente.” A princesa fitava seu príncipe amado, enquanto suas garras se aproximavam de sua garganta. Ela o amava acima de tudo e de todos, mas o desejo de rasgar sua garganta era cada vez mais forte. Tentou a todo custo fechar o punho e impedir a si mesma, mas suas garras cravaram em sua pele, derramando seu próprio sangue. “Se eu matar o príncipe, estarei livre desta maldição….” Com lágrimas no rosto, ela beijou o rosto do príncipe. Quando o príncipe acordou, sua princesa não estava mais lá e sua cama estava coberta de penas negras como piche. Consumido por uma tristeza profunda, o príncipe a procurou por todo reino, mas ninguém havia visto a princesa.