No dilema da vida, Que posso revelar,... Mário Magalhães

No dilema da vida,
Que posso revelar,
Causei muitas feridas,
Por todo lugar,

Tudo, pra ganhar a corrida,
Que hoje percebo,
Não existir,
Era só o medo,
Me fazendo resistir,

Por isso compreendo,
Que o melhor é desistir,
E agora entendo,
O parar de competir,

De ser o mais forte,
Mais belo,
O mais pobre,
O mais rico,
Porque na morte,
Existe o selo,

Do ego abstrato,
Que faz da vida,
Um fino trato,
E de uma história querida,

Uma guerra eterna,
Que se segue nas idades,
Mas tudo se encerra,
Quando cessam as vaidades,

Mostrando que somos covardes,
Que não existem campeões,
Mesmo que alguém aguarde,
Vai ver apenas clarões,

De uma divindade,
Que pouco se faz ver,
Mesmo que seja tarde,
Para mim ou pra você,

É o todo onipresente,
Sempre sutil,
Em meio a toda gente,
E no frio,
Agente sente,

Algo que podia nos revelar,
O fim do medo,
Grande segredo,
Que ainda está,
Por maltratar,

Grande multidão,
Que vive nesse lodo,
Nessa temida ocasião,
Todos correndo feito bobos,

Pensando que atingirão,
Algum objetivo,
No fim se entregarão,
Simplesmente como mendigos,

Sem saber pra onde vão,
Vão ficar arrependidos,
Por saber que palavrão,
Os mantém comprometidos,

Nessa guerra sem fim,
Representante do bem e mau,
Que para mim,
Se resume no TAO.

Que silencia o saber,
Do ego orgulhoso,
Que não sabe viver,
Se finge amoroso,

Mas é só pra conseguir,
Algum outro amuleto,
Que guarda dentro de si,
Tudo isso vai no vento,

Que sopra de repente,
Fazendo tudo que conquistou,
Uma pequena semente,
De algo que lhe revelou,
Ser só produto da mente.

Que tem fim,
Vai acabar,
Como o jasmim,
A desintegrar,
No vento no próprio ar.

Na terra,
ou no fundo do mar,
Tudo se encerra,
Quando cessa o falar,
E a guerra,

Termina de vez,
Fazendo tudo simples freguês,
Que experimenta a vida,
E mais uma vez,

A morte é vencedora,
Da grande batalha,
Que tornou perdedora,
Alguém cheio de medalhas,

Que conquistou,
Um fim arredio,
Deixando a dor,
E o simples vazio,

De suas conquistas,
Que sem deixar pistas,
Some desaparece,
E nessas listas,
Sempre se segue,

De tudo um pouco,
Artistas, pobres e ricos,
Malabaristas, religiosos e loucos,
Cada um no seu pico,

Indo a vagar,
Em suas lamentações.
Tudo muito devagar,
Assumindo suas prisões.

Sem conforto algum,
Se vêem perdidos,
Sem direito nenhum,
Se acham incompreendidos,

Simplesmente entregues,
Na eternidade,
Que segue.