Tudo que exalo, e tudo que aspiro, é... Rosemere Melo Sanginetto
Tudo que exalo,
e tudo que aspiro,
é síntese do reflexo e do irrefletido,
sumário,glossário e ao pé da página,
que nunca me calem as falhas literárias,
a poesia é diálise,
espelho e psicanálise,
divã do extra-sensorial e do imperceptível!
ó meu anjo escarlatino!
meu silvo lírico,
fresta do oblíquo,
avesso de mim...
não leia-me ao pé da letra!
o fonema nada representa,
se não houver formas que se encaixem,
na essência das intenções!
Ó fenda metafísica,
o sentir elucida,
o ignoto!
com olhinhos apreensivos,
tocamos o subtendido,
como o reluzir do cosmos
na lápide da interrogação!
Cada estrela é uma nota airada,
que infla-nos a alma,
e na efusão do emotivo,
o planger das órbitas,
transbordam as abóbodas,
de incógnitas!
E aquele olhar melancólico,
é uma estrela caída,
que prefere a lousa do esquecimento,
que a lembrança do que se apagou...
Efêmera chama,
é a ótica,
pois depende da superfície rasa e perecível,
enquanto que só no íntimo,
há a síntese,
de todos os sentidos!
Papilas gustativas,
dedos apelativos e o olfativo,
só assimilam frações minúsculas,
do indivíduo!
queres conhecer alguém?
não dependa de mãos e dedos...