BEM-TE-VI (II) O via sempre saudável,... Nemilson Vieira de Morais
BEM-TE-VI (II)
O via sempre saudável, em voos mirabolantes,coletando insetos no ar,na comunidade dos pássaros.
Depois de degustar tais iguarias,posado em fios de luz pelas ruas,cantava alegre seus louvores, feliz da vida. - Batendo numa tecla só.
Apesar de repetidos cânticos... não me cansava de ouvir sobre o "bem" que me desejava.
Seu cantar me transmitia uma mensagem de esperança,de vida...
- Parecendo dizer na letra da canção que “bem me via”. - Em doce vivência me sentia.
Pudera eu ainda ouvir-te por muito tempo!...o mesmo repertório melódico: - “bem-te-vi”, pois o bem não ei de me furtar em fazê-lo bem como deseja-lo ao próximo .
Senti tanto, seu desastre fatal!...
Provável que, na fúria louca que se vive ao trânsitar pelas ruas... Um condutor veicular,descuidado,ceifou-lhe à vida.
Hoje,quando o vi caído e aderido ao asfalto quente, pelos muitos pneus a lhes esmagarem doeu bastante.
Fiquei a interrogar-me: pode haver poesia num pássaro caído,morto até; atropelado várias vezes?
Pode sim. Foi a respota mais aceita que me veio naquele instante; poesia não morre como a gente... Ela é.
A poesia, em tudo vive...
Nem somente explícitas nas palavras que engenhamos e expomos ao mundo.
Ela salta na gente e se mostra. - Mesmo de um corpo inerte,dilacerado. Parece que ama ser sentida, compartilhada e vista com os olhos da alma.
Então,tendo esta percepção...
Não devemos deixar de dizer,quando nos perguntarem: graças a Deus estamos bem! Mesmo que a dor das circunstâncias nos maltrate no corpo e alma, naquele momento.
O que me acalenta bem-ti-vi, é saber que teus remanescentes ainda ti representam na terra; falando tua língua e cantando tua música. - Elevando nosso ânimo, na letra da canção.
Desejo o bem, a ti, na eternidade das aves!
Quanto a mim,nesta vida efêmera,bem-te-vi, o continuarei ouvindo, pelos teus remanescentes. - A mais pura e bela poesia que me faz bem.
16.07.19