Hoje te parecem desoladas todas as... Eucanaã Ferraz
Hoje te parecem desoladas todas as avenidas.
Podes senti-las em tuas roupas que cheiram ainda
aos corredores que se lançavam apressados nos portões
de partida. Tudo foi claro e tudo foi absurdo, como agora
no poema, quando rimas e melancolia brotam ridículas,
pretensamente belas como orquídeas desmedidas.
Amanhã, porém, tudo estará limpo e seco e reto.
Cicatrizadas as feridas, restarão contra o céu
muito branco da memória não mais que
a silhueta precisa — pernas braços cabelos —
daqueles pinheiros, tristíssimos, e uma palavra
sem nexo: Curitiba, Curitiba.