Um dia Maria, no outro amor e agora... Maria de Paula (Nazaré)
Um dia Maria, no outro amor e agora Maria de novo.
Quando o mundo desaba e você vai ao fundo do buraco a única opção que existe é lutar pra subir
Mas me vejo no meio do buraco, aí é que mora o problema
Se eu me mover posso cair pro fundo do poço, então estou imóvel, estou parada aqui esperando um resgate que pode nunca chegar, se eu lutar pra subir posso cair, se eu não lutar posso ficar parada pra sempre aqui se não chegar socorro a tempo posso cair e estar sem forças pra subir depois por estar desidratada de esperar seca e sem forças
Não é atoa que eu gosto de 8 ou 80, do é ou não é, do vai ou racha
Eu conheço o fundo do poço porque já estive lá, por sorte não jogaram terra em cima, naquela ocasião eu não gastei energia, não gritei socorro, silenciei e fui agarrando a beira até que sai com vida, depois de um belo banho e uma roupa nova na alma, cantarolei igual a passarinho no amanhecer
Hoje estou experimentando um novo lugar, parece ser sorte não estar no fundo, mas não é, é pior, é mais difícil
Como posso estar tão perto da saída e não lutar pra sair? É que a distância da saída é a mesma que pra chegar ao fundo do poço
Será que existe algum milagre? E se chover e se fizer muito sol e queimar minhas últimas folhas? E se eu ficar mais seca e perder o oxigênio? E se eu não resistir?
Tô chegando ao limite da decisão, aquele momento que você tem que arriscar alguma coisa
"Cansada de correr na direção contrária"
Sou o que sou, mas me moldo pra passar pelos labirintos da vida
Queria me olhar de fora e encontrar a solução mais plausível e seguir de cabeça erguida e peito inflado, mas tô olhando por dentro e aqui dentro tem uma guerra de orgulho e de vaidade que não me permite
Não sei o que sobrará de mim dessa vez, agora que havia terminado de juntar meus caquinhos quebrados
Começar de novo.