CANÇÃO DO NADA Quando cantas é como... JOANA DE OVIEDO

CANÇÃO DO NADA Quando cantas é como se um arrulho de pássaros Me levassem a dormir, e tuas mãos enluvadas Me protegiam, aquecendo-me do frio de ti Oh, como era ... Frase de JOANA DE OVIEDO.

CANÇÃO DO NADA

Quando cantas é como se um arrulho de pássaros
Me levassem a dormir, e tuas mãos enluvadas
Me protegiam, aquecendo-me do frio de ti
Oh, como era bom o tempo de deitar-te no colo!
E hoje minha alma deixa-se abandonada, ao solo!

Puderas, que todo arrulhos fosse o farfalhar de seus pés,
Como folhas caindo, tecendo um caminho até mim,
E caminhasses, vindo, me oferecesse o regaço.
E eu continuasse dormindo, como se sonhasse
À sombra da primavera, lá na nossa casa, no jardim
Com as palmas das mãos acariciando-me o rosto!

Eu sei nada é vida. A vida é que se pergunta,
o que sou eu? A vida, para uns é o amanhecer,
a outros o tecer do breu.