Em um canto do engenho Da cana vi os... PR JARDEL CAVALCANTE

Em um canto do engenho
Da cana vi os bagaços
Por moendas , lenha e tachos
Espremida em pouco tempo
De cana se fez melaço
De cor , sabor e textura
A tornando rapadura
O doce que mais desejo

Pois quero ser o teu engenho
E na força de meus dois braços
Ser moenda , lenha e tacho
Ser só seu por todo tempo
E provar desse melaço
De tua cor e textura
Em gosto de rapadura
Que vou provar no teu beijo

Tu és menina alfinim
És puxa-puxa aderente
És melaço em tacho quente
Tu és calda de pudim
Tu és a própria doçura
Tu és caninha Caiana
Made in Itabaiana
Mascavo de rapadura

És bolinho entala gato
Discípula de nego bom
Mel de engenho é teu batom
És cascão do fim do tacho
És bananinha amassada
Doce de leite de caroço
Tú és o meu alvoroço
Copim de água gelada

És um doce Carolina
És caramelo Embaré
Chouriço de Catolé
Um Dindelar de menina
Um quebra queixo de côco
És um cavaco chinês
És tudo de uma só vez
Me deixando quase louco .

PR JARDEL CAVALCANTE.