A onde nasce o rio Dom Pedro? De quanto... Wesley Nabuco
A onde nasce o rio Dom Pedro?
De quanto chão me resta para estar perto do futuro.
De quanta bobagem necessita o homem para criar mais desastres.
Faltam-me estrelas em gota para irrigar o seco céu da boca.
Trocou-se a simplicidade do riso por espelhos e gritos das raças.
De quanto rio resta a nadar,se de nada ira de sobrar.
O chão que sofria junto a pele, racha e se parte.
A corrente que fere alma prendendo o passado na gaiola da memória.
Ainda há de criar asas e voar meu passarinho.
Ainda há de cantar a liberdade para dentro de seu ninho.
Mas ainda há uma veia de lembranças do que nasceu esperança e morreu criança.
Vi flechas mirarem futuro e caírem nos pés de um maldito burro, que por sua ganância assassinou o meu novo mundo.
E olhando agora, que mundo o Brasil se tornou?
De quem se tornou parte o Brasil?
De que passado resta a memorar?
Quem permitirá viver o futuro ou presente, se pretendem roubar até o conhecimento de nossas mentes.
Dizem que o conhecimento ninguém o tira.
Dizem que o passado não vive no novo.
De algo posso realmente dizer, ainda tenho esperança que possamos renascer de novo.
Faltará de tudo um pouco; nascimento meio lento do que chamam de consciência, ela que pintada de negra ainda não pode ser incolor. Que pena ser utópico um algo tão simples, ainda assim vi muita gente no berço da dor. No parto da realidade encontro a verdade, ainda não aprendemos que na nossa brasilidade não deve existir distinção de cor a dar oportunidades. O pais é preto no formato de toda cor. No lixo da desigualdade virei poeta e de minha poesia tudo que tem vida vira arte. E tudo que é arte faz parte! E de que parte você faz? Parte de todo um mundo! Onde ainda irei de acreditar que ser brasileiro é ter calor, e ser do mundo é ser universal. E se somos universal somos temperados, e olhe bem! Tudo que tem tempero e sabor, é gostoso, como dizia mainha:- Você não é todo mundo, mas todo mundo faz parte do mundo.