TIROS NA NOITE Nunca tive dificuldade em... Edilson Alves
TIROS NA NOITE
Nunca tive dificuldade em andar a noite. Isso é um fato.
Me acostumei a fazer o mesmo trajeto a pé. De casa para o trabalho e do trabalho para casa.
O mal tempo nunca foi problema.
Naquela noite, caia uma leve chuva, por esse motivo tive que usar a capa para não me molhar.
Já passava das 19h. Sempre tive ao alcance da mão uma pistola do tipo sig sauer P320RX carry optic. Para envituais necessidades.
Depois de vestir a capa de chuva, botei o chapéu de abas largas, acendi o cicarro de palha, costume antigo. Sair e chegar em casa fumando.
Ajustei a pistola no bolso, ao alcance da mão. Caminhei lentamente até a saída do portão. Sem pressa segui rua afora.
Entre minha casa, e a empresa tinha uma distância aproximadamente de cinco quilômetros, trajeto que eu fazia em quarenta e cinco minutos.
Depois de vinte minutos de caminhada, cheguei a um terreno baldio, aonde sempre passava.
De repente, ouvir um estranho gemido, parei, avistei a uns três metros um corpo estendido, pude perceber que era uma mulher.
Nesse exato momento, eu já estava com a pistola colada na palma da mão, de tal forma que não fosse vista, se por acaso houvesse mais alguém nos vendo.
Quando fiz menção de me aproximar do corpo, sentir o cano frio de uma arma, encotada em minha nuca, e uma voz que dizia que eu me virasse devagar.
Contrair todos os meus nervos, e usando o fator surpresa, virei-me com rapidez, à minha mão direita, apertava firme o cabo da pistola, ergui o braço esquerdo, batendo com violência no braço armado do meliante. simultaneamente, atirei, acertando acima do umbigo do sujeito a minha frente.
Nesse exato momento, pecebi, que a mulher, que até então, se fingia está morta, caminhava para o meu lado, com um pedaço de ferro na mão. Ela estava a menos de um metro. Usando a mesma agilidade do início, deflaguei dois tiros, atingindo-a com violência acima do queixo. Ela caiu em câmara lenta.
Voltei minha atenção para o sujeito que tinha me encurralado, bem a tempo de vê-lo tentando se levantar. Me aproximei, e providencie que ele desse o último suspiro, acertando-lhe um tiro na testa.
Não tinha mais nada à fazer naquele lugar.
Continue caminhando, em passos lentos.
Chegando em casa bem mais tarde.
Naquela noite não consegui dormir, pois ao sentir a arma na nuca, fui forçado a abrir a boca, e não foi possível evitar que o cigarro caísse na lama.
E pela primeira vez eu chegava em casa sem ele.