Querido diário, ultimamente ando com... Eduardo
Querido diário, ultimamente ando com uma sensação que me destrói, me consome os órgãos de aflição, e a ansiedade me enlouquece. Me sinto mal, porém me sinto. É um jeito de sentir-se vivo. Não sei se as coisas podem piorar ainda mais. Mas meu medo é que não possam melhorar. Sinto como se tomasse as piores decisões, mas me questiono se existem decisões corretas a serem tomadas. Perdi. Perdi amigos, família, antigos hobbies que me deleitavam em momentos de ócio. Hoje me restam apenas uma xícara de café, alguns incensos e uma conta bancária com saldo que deixaria qualquer ser “normal” feliz. O vento que entra encanado pela sacada gelou meus pés. Como é fria a noite sem álcool! Como sinto falta de escrever, mas é que ando exausto, como se os últimos anos fossem décadas de fadiga, mesmo que seja contraditório em relação ao tempo! Passou voando. E como nesse texto sem nexo, sem pé nem cabeça, minha vida segue – sem rumo, sem um destino certo, apenas preenchido por decisões contraditórias.