A alma suja da corrupção Vampiros da... Suelen Queiroz

A alma suja da corrupção
Vampiros da sociedade causam pobreza
Nas obras do mundo, simulam justiça.
Amam somente os mandos da riqueza
Fraudulentos gestos que sempre atiça.
Leis em favor do ouro se estabelecem,
As em favor do povo só perecem.
A corrupção veste uma insana fantasia.
Em todos os lugares, está presente.
Administra prazeres com força e valentia.
Em nenhum lugar, deseja estar ausente.
Homens, mulheres, líderes e subordinados;
Ofertam ao rei ímpio tesouros corroídos
Nos tristes caminhos do engano trilhados.
A espada do espírito imaculado é inimiga.
A voz do oprimido, sua desgraça.
A corrupção fere a verdade, ao justo castiga.
Enfraquece nações, não há quem desfaça.
Embriaga corpos e ilude almas
mergulha em um drama sombrio.
Oh, corrupção, metamorfose perigosa:
deputados em covardes, astutos em tolos.
É evidente que gangrena a Presidência.
Prospera nas Comissões
e mesmo na Assembleia, com promoção.
Desperta paixões desenfreadas na nação.
Tenho dor no meu corpo e na minha alma.
Por todo o meu ser, a justiça clama.
Corrupção, vampira da minha sociedade;
seduz as mentes em um estado de enfermidade.
Ela se familiarizou com a Justiça;
e lucra, em abundância, onde semeia iniquidade.
Não há mais promotores, nenhum magistrado,
juiz, instrutor ou advogado,
para dizer o que é direito e novamente fazê-lo;
em esterilidade de dádivas, preferem falsificá-lo.
A corrupção veste a Justiça com ouro e prata.
Interrompe o equilíbrio, certidão de virtude aristocrata.
Elação do injusto e lasso do oprimido.
Ela brilha em sua alma e mergulha em um drama banal.
Isso distorce o campo da saúde,
os métodos pet-scan morrem antes da doença infernal,
onde a noção de qualidade é a quantidade sem virtude.
O juramento de Hipócrates vazio, e a saúde do paciente formalidade.
QUEIROZ, Suelen. As dores do mundo: A alma suja da corrupção. In: QUEIROZ, Suelen . As dores do mundo. 1. ed. Florianópolis: Bookess, 2017. cap. 1, p. 14-16. v. 1.