Quando feliz, Ana Liz, balança o pé... Carina Barros FortalezaCE
Quando feliz, Ana Liz, balança o pé sem parar, ele, Everson, solta uma risada profunda como se o arco-íris pousasse sob a nossa cabeça, iluminando e colorindo quem somos. Desde que eles nasceram eu reenvientei o meu olhar sobre o mundo, as pessoas. Cada dia vivido ao lado deles eu reapreendo a reparar o encanto presente nas coisas miúdas. Ana Liz me olha como se enxergasse de fato quem eu sou, sem medo das minhas limitações. Everson me abraça tão forte como sentisse o meu coração, que pulsa às vezes com tanto medo. Ana Liz desde pequena aprendeu a gostar de todas as cores, a brincar sem diferenciar o que é de menina ou menino. Everson tem mania de contribuir com a mamãe nos afazeres de casa, "temos que ajudar os mais velhos, titia", diz ele. Cada encontro eles me ensinam sobre um mundo possível. Eles não se importam caso não os presenteio com coisas materiais. Eles não me pedem nada em troca. Como isso é bonito e raro em meio a tantas relações de trocas em que vivemos. É por eles, é pelas crianças que cruzam o meu caminho diariamente que eu sigo acreditando, o mundo novo é possível. Um dia, quem sabe, Ana Liz e Everson, cresçam em busca de um mundo mais justo e humano, para eles, para nós, para os que virão. Um dia, meus pequenos, enquanto isso, segura a mão da titia. Seguiremos sem perder jamais a capacidade de nos encantar, seremos crianças todos os dias do ano.