Paixão Pronto, paredes pintadas com... Leila Magh
Paixão
Pronto, paredes pintadas com tinta transparente transferem a permanência da Essência original de um livro malditado, escrito a mão, no escuro, por um poeta míope, sobrecarrega uma estante da biblioteca central de um ciclope chinês formado em Harvard, preso a laços de grandeza que torna pequeno o maior dos deuses gregos.
Os olhos de Argos ornamentam a calda do pavão do Edinardo, expondo a futilidade das paixões, na escura noite de muitos olhos, olhares frios, vazios, braços entrelaçados sustentam o sol que assustado não quer nascer, retardado por uma nuvem de pedra acabar por vomitar um reluzente raio no rio de ferro que corre para o tártaro.
Pombas de aço trazem a paz em suas delicadas asas, e depositam seus ovos de Colombo sobre a Amazônia.
Muito sangue, tocou o celular.
(Leila Magh, novembro de 2018)