O fim é o gosto desértico que resta a... Emiliano Lima de Araújo
O fim é o gosto desértico que resta a boca,
ao término do gole de água do mar.
É o espasmo no corpo frio
onde o coração já não se contrái.
É buscar por brilho em olhos que já não vêm,
E ter a carne comida por vermes
sem a chance de apodrecer.
É um convite para entrar que tarda,
e faz o coração sob o sereno esfriar.
O fim segue na frente quando se para pra ser feliz.
E espera em alguma esquina
o prazo até que o alcancemos.
É deixar no amanhã, o preocupar-se em ser.