Ao de cara despojar, escuto apenas a... Maury Daniel
Ao de cara despojar, escuto apenas a artéria temporal no travesseiro pulsar. O breu em nada colabora, senão lembrar a batalha que hei mais uma vez de travar. Nessas incontáveis horas, lamento-me à desprezível companhia, que de doce só tem o nome, insônia. A ela insisto por perguntar o motivo de seu maior desafeto me abandonar. Mirabolando formas dessa rusga acabar, presencio a luz do sol da cama me expulsar. Imóvel, passo todo o resto do mesmo dia alheio, ao lado daquele que horas antes tanto insisti em conversar. O sono é perverso; sabe, com seus cutucões, maltratar.
Que saudades tenho do insuportável berro do despertador a me acordar. Coitado! Não foram poucas as vezes que a ele praguejei toda minha indignação por sua completa consideração e presteza. Após resolver esse imbróglio, pretendo com ele, também, me desculpar.