Um filósofo na mídia é um pregador... Olavo de Carvalho
Um filósofo na mídia é um pregador 'in partibus infidelium' — um jesuíta entre antropófagos. Não entendem uma palavra do que ele diz e ele ainda se arrisca a ser comido vivo. Em outras épocas, filósofos-jornalistas como Ortega y Gasset, Gabriel Marcel e Raymond Aron podiam contar com um público habilitado, que compreendia seus argumentos. Hoje é preciso, ao mesmo tempo, argumentar e ensinar ao público o que é um argumento. Pior ainda: quanto mais despreparado, mais o público de hoje é arrogante e palpiteiro. O que recebo de cartas pretensiosas, sem pé nem cabeça, é uma grandeza.