Talvez... Entendo se por acaso essas... deziito.
Talvez...
Entendo se por acaso essas palavras não chegarem até você, ler nunca foi o seu forte. Entendo que sua vida atribulada possa te impedir a ler cada frase desse texto que tem um pouco de você.
Quem eu quero enganar?Ele é feito de você.
Seu sorriso ganha vida enquanto as palavras ganham sentido. O seu perfume invade esse quarto escuro e meu peito aperta quando lembro o som da sua voz.
Não quero ser sempre o que tudo sofre e que nada supera. Superei. Só que isso não signifique que eu não posso mais falar de você nos textos que escrevo na madrugada pra acalentar a minha alma.
Enquanto a lua brilha em cima de nossas cabeças, enquanto todos dormem, eu venho aqui e desabafo comigo mesmo. Me abro e deixo sair de dentro de mim tudo que ainda tem de você. Aos poucos percebo que a bagagem está diminuindo - falta muito, eu sei, mas mesmo assim sinto em cada noite que um pouco de você se vai-.
Minha rotina mudou desde última vez que fizemos planos de viajar, tudo mudou. Tanto aqui, como ai, não é mesmo?
Não saí em bar em bar, ou me afogando em copo de uísques baratos. Não consegui me entregar a mais ninguém da mesma forma depois que você saiu pela porta do meu quarto naquela manhã friorenta de Julho quase há um ano.
Nada mais me agrada depois do último beijo que me deu em pé na varanda da casa dos seus pais.
Eu tentei me desprender de você. Ignorei lugares e pessoas que me lembram você e suas atitudes. Não escuto mais aquela música das gêmeas sertanejas e não consigo beber mais vodca com citrus nas noites de sábado.
O teu filme favorito eu fiz questão de remover da minha memória e parei de fumar pra não me matar mais ainda do que estou me matando dia após dia.
Sua ausência causou um caos aqui dentro, cê não faz noção!
Me vi perdido em meu próprio mundo e por muito tempo lutei comigo mesmo pra deixar de ser dependente de sua presença. Não foi nada fácil. Não está sendo fácil. Está sendo suportável. Está sendo uma reabilitação, podemos dizer. Nem mesmo meus amigos falam mais o seu nome e muito menos o apelido que inventei pra ti perto de mim, pois eles sabem que meu sorriso desaparece na hora, que meu humor muda por mais que eu batalhe contra.
Loucura não? Eu sei. Falar de você dói. Escrever sobre você alivia. Não me pede pra explicar minhas loucuras, porque às vezes nem eu mesmo as entendo. Tudo que vem de você me perturba; me desconcerta. E é por isso que a decisão de sair de cena é crucial para a minha saúde. Tanto física como mental. Por isso, a partir de hoje, talvez veja menos textos como esse na sua timeline, talvez eu mude de cidade pra me afastar mais ainda o que resta de você dentro de mim, talvez eu me envolva com outro alguém e te esqueço de vez. Talvez diminua textos com temas sobre você, talvez eu pare. Talvez... Talvez...