O clamor social em apontar um culpado é... Felipe Sousa

O clamor social em apontar um culpado é maior que o exercício da efetiva justiça.

A mesma pedra que pode erguer um castelo pode tirar uma vida o resultado está em nossas mãos.


Não importa a geração a humanidade sempre teve uma forma grotesca de julgamento, a punição aos pecadores sempre foi um marco atemporal.

Nos primórdios os errantes eram apedrejados, a medida que evoluímos passamos a usar fogueiras, a crucificação, forcas, guilhotinas... as gerações mudaram, mas o animalesco clamor de senso de justiça continua latente.

Quem seria você em uma geração passada, o acusador que atira uma das pedras, o promotor que assiste vibrante na plateia a forca entrar em ação ou o juiz que está pronto a exercer seu senso de justiça com uma tocha na mão?

Talvez o mais óbvio seja retrucar: Ah! sou evoluido demais para agir assim... Eu não! Eu seria a diferença nessas sociedades retrógradas.

Seria mesmo?

As gerações mudaram, mas as condenações continuam, hoje, o fervor digital é tão perverso quanto uma pedrada, tão cruel quanto uma forca ou tão destruidor quanto uma fogueira ardente.

Nossa nova geração de paladinos da justiça é sutil e talvez a mais ardilosa de toda a história da humanidade, os julgamentos são instantaneamente definidos no espectro da suposição e suas ações são covardemente executadas.

Atrás de uma fachada de hipocrisias desvairadas vidas são devastadas pelo patético poder de um clique, sem perdão algum.

Somos mesmo a diferença ou somos parte de mais uma geração de "juízes" perversos?

Reflitamos!