De tanto andar na escuridão Eu aprendi... Andreia Dantas
De tanto andar na escuridão
Eu aprendi a enxergar
Pois nunca ando só
Não tropeço nas pedras
Nem me iludo com o sussurro do vento
Não pego atalho
E sei muito bem meu caminho
E sei quem está comigo
“Não mexe comigo que não ando só”
Sob proteção ancestral
Sangue de índio e do terreiro
Uno em um só alma de índio e de negro
Nascida sob o calor de Salvador
O acaso não foi por acaso
O axé nunca me faltara
E meus guias sempre me protege
E lamenta quem tenta me fazer mal
E não temo os que tentam
Pode entrar na gira
Tentam e tentam mas não saem do jogo do ego
Quando pensam que estão ganhando
Acaba perdendo
Fardo de ilusão de alma ruim
Se enganam tentando ser flor
Não adianta caridade
Que nada vai mudar
Vai sempre rodopiar
Sem sair do lugar