Um Quinto de Cinzas Notas que caem do... Luciano Calazans
Um Quinto de Cinzas
Notas que caem do firmamento argento
Fluido, tônico a uma simples ideia
Cores em ferro, em cinza ou chumbo
Que sugerem uma premissa em lamento
Finda festa da carne de carnes alheias
Cinzas nas portas dos beatos
Verde, terra, branco, mulato
Entornam o mesmo vermelho na via das veias
E no esplendor de uma arisca aurora
Pássaros brincam em seu carnaval sem fim
Sanhaço, garças, canários, corrupião
Desdenham a cinza e furtam cores em si
Na longa estrada até a cidade do senhor do bom fim
Almejo um hiato, uma pausa, um contrato
Com um silêncio de uma pausa geral
Em muitos compassos
Agradeço aos sentidos que me agraciam
Agradeço pelo chumbo, pelo ferro do horizonte
Agradeço pela finda festa de carnes e intrigas pueris
Agradeço à vida pela estrada do sem fim reticente
Agradeço pela festa dos pássaros no horizonte da alvorada em movimento.
Agradeço pelo amor cheio de firmamento
Luciano Calazans. 20/08/2017