Eu sou o viadinho que andava na praca... David Felipe Alves da Silva...

Eu sou o viadinho que andava na praca pública e perto da lanchonete com a bandeira LGBTs nas costas e um monte de homens apareceu com canivetes, barras de ferro e me batiam. A modernidade estava apenas filmando. Qual o Direitos Humanos e a Humanidade, os governadores, os turistas, os patriotas, modernistas que surgiram para proteger? Ninguém. Porque somos a minoria.

Todos ficavam filmando quando eu gritava nos quartos, nas salas de aulas, na mesa da família e por cima fizeram homenagem ao meu sangue derramado depois de espancado jogado na ponte e num rio. Milhares aplaudindo rasgarem nossas bandeiras, nossas cenas de beijo nas novelas e os milhões de gays esfaqueados pelos irmãos que dormiram com ele naquela noite e madrugada e agora são homofobicos reprimidos.

Sou viadinho por querer andar de Drag Green, por ser julgada por adultério, prazeres e desejos proibidos pela homossexualidade, por ser a escória da humanidade e por chamarem toda a população e as sociedades dominantes para me bater e apedrejar ou me colocar numa clínica, chamar o governo e Conselho tutelar para me matar. O sangue escorrendo no rosto e no olhar. Os 155 milhões de psicopatas que votaram querem acabar com nos LGBTs. Sabe como? Matando as travestis nas estradas e jogando no mar, nos lixões e depois vai lá mais 30 milhões dizer que os homossexuais impedem o país de crescer e sonhar.

Por culpa das 159 mil crianças e 169 mil crianças mortas no Holocausto, na Guerra Mundial por armas e os mais 178 mil homossexuais que foram a forca, a pena de morte, por o povo e os poderosos querem nos matar para ver o sangue arco - íris descer da raiz. Querem que nos homossexuais fiquem sem espaço, que merecemos ser jogados de um prédio, ser trancado em cárcere e violentado por 100 mil homens e mulheres e ninguém aparece para acorrentar o sangue que calhado no chão de amargura, vazio e uma sociedade brasileira ridícula como é. Nos somos vitimizadores. Queremos nosso direito de amar. Para isso sou viadinho e se depender de mim não me entrego de mãos beijadas e bracos abertos para 100 mil opressores ao meu redor mesmo eu sendo a minoria. Sou viadinho de orgulho exuberante e pode ficar a vontade para me matar.

A maioria dos gays de periferia sabem o que é acordar de madrugada e ser assaltado e por cima ser chamado de escória e viado. Ao passar perto de um restaurante, shopping e faculdade os casais heteros ficam se beijando na nossa frente e se fosse nos iam processar por influenciar as crianças que estão com os pais assistindo cinema, no supermercado ao fazer compras com a família ficam nos olhando como se fossemos algo de outro universo. Falam que nossa sexualidade é doença e ainda querem ser intelectuais e moralistas e chamam todos das filas e da loja de trás para nos zuar e humilhar e saímos de lá a prester a chorar. Mas um monte de 200 milhões homofobicos no Brasil e tudo são medíocres como os da maioria de inteligência zerada. Mesmo sou viadinho com audácia e os líderes da corte democrática, os que votam nas urnas e usam Facebook e Whatsapp para fazer apologia a LGBTsfobia dos mais de 160 mil assassinados. 140 mil eram homossexuais, travestis e transexuais. Quem se importa conosco num país desse. Que país é esse.

Sangramos nossas bandeiras Arco - Íris e estamos sendo ameacados nas escolas com palavras, ofensas e nas empresas e centros querem nos excluir dos cargos. Querem nos matar. A bandeira colorida pela patriarca Brasil. Tentando nos matar aos poucos. Eita sangue LGBTs que derrama rios e mares e mesmo assim não desiste por quê? Porque são revolucionários ou escórias da humanidade. Mesmo assim sou viadinho demais por ter escrevido isso e fudendo na cara da sociedade e derrubando o Império de Valores e construído minhas viadagens sem limites.