A FLOR VIOLADA! Meu corpo nu, aquele... Eli Odara Theodoro

A FLOR VIOLADA!

Meu corpo nu, aquele olhar vestiu

Não havia pedido, naquela invasão

Eu, mulher preta suplicava

Meu corpo, minha intimidade,

Não sou sua propriedade



Ainda no banheiro gritei

Patroa! Tira daqui o doutor

Nenhuma resposta a minha suplica

E aquele homem avançou

Gritei desesperada, mas fui silenciada

Com uma forte bofetada



Entre dor e humilhação

Lutei como guerreira

Mas, ele corpulento me jogou no chão

Já totalmente dominada

Me senti cortada como navalha, fui penetrada



Quanto mais me debatia, mas prazer ele sentia

Entendi, corpo paralisado, contrariava o ato

Resolvi indignada silenciar, parar de debater, de reclamar

Mas as lagrimas não deixaram de derramar



Ele virou para o outro lado, corpo cansado

Fez um sinal dedos nos lábios

Pediu silencio, do que foi praticado

Desta forma, o estrupo foi licenciado



Senti nojo do meu corpo

Nojo, deste modelo patriarcal

Que não respeita a moral

E usa o sexismo na base educacional

Para justificar o preconceito e a injustiça social