Chamo-te hoje, Porque pensar-te É a... Célia Moura
Chamo-te hoje,
Porque pensar-te
É a lâmina mais feroz.
Êxtase de te revelar segredos,
E te acolher no ventre, ó vagabundo,
Entre o pranto e o anoitecer,
Estremecendo vagas de solidão em aguaceiros de poesia.
Ó desconhecido de todos os desalentos,
Escancarando vida no umbral da porta,
Imaginei-te somente!
E, guardiã da tristeza intrínseca,
Baptizei-te alento,
Prenúncio de temporal.
Grito-te ainda,
Porque o silêncio a bailar entre risonhos girassóis,
É o tempo mais sublime,
Ânsia de ansiar
Nossos corpos esculpidos
Num sopro de infinito.
© Célia Moura – Do livro “Enquanto Sangram As Rosas…” (2011)