ELA QUE MORRE A Beleza não pode ser... Ruisdael Maia

ELA QUE MORRE

A Beleza não pode ser mortal
O belo está morrendo
onde o encontrará? onde ele está?
Como salvar aquele que morre e ninguém o encontra ?
A perfeição já não existe mais
O que será agora?
Estamos fadados a perecer nas lamentações de nosso desespero? Nos afogaremos em pranto?
Então, quem vingará o amor? quem acolherá a solidão?
Afinal o que somos? de onde viemos? para onde vamos?
Não há mais cor na aquarela, nem o Dó, Ré, Mi, Fá se houve tocar?
Sim ele morre, mas quem o encontrará?
Onde está a justiça?
vendada e amordaçada em seu trono, quem a socorrerá?
onde encontrará tamanha sabedoria? e quem terá força para resgata-la?

Ó desconsolada nação viúva, quem socorrerá seus filhos, quem colocará a casa em ordem? quem a guiará para o progresso?
o que triste e cruel, clama em silencio o filho da viúva
como salvar aquele que morre e ninguém o encontra?

As afecções à base de tristeza se encadeiam, portanto, umas nas
outras e preenchem nosso poder de ser afetado. Elas o fazem, porém, de tal maneira que nossa potência de agir diminui cada vez mais e tende para seu mais baixo grau”
Deleuze, Espinosa e o Problema da Expressão, p. 166