Vivo sem pensar em uma vaga no céu.... Jeno Oliveira
Vivo sem pensar em uma vaga no céu. Talvez por isso Deus não tenha me esquecido. Certeza que não esqueceu. Quando nasci, grande, forte, roliço, segundo minha mãe, me quebraram a clavícula do lado direito. Deve ter doído um bocado. O hospital de Santo Antônio em Maceió, nunca tinha visto tamanha cerimônia. Eram quatro quilos e meio de esperança e nenhum fio de cabelo. Testa espaçosa, orelhas miudas e olhos assustados. Nasceu Jeno Oliveira, quer queiram, quer não. Quem não haveria de querer? Talvez os mosquitos, que não suporto e os mato quando tenho sorte. Coisa chata é mosquito no pé do ouvido da gente. A vida é isso, uns assopram, outros mordem, outros desmerecem. Um cidadão as vezes deixa de ser um, sobretudo, quando é um. Basta-lhe ser um. Nossas virtudes, aprendi com o tempo, nos castigam muito mais que nossos defeitos.