BATIDAS PERIGOSAS A aurora tenebrosa... Arão Paulo Liahuca

BATIDAS PERIGOSAS
A aurora tenebrosa sufoca o novo dia
O gosto não degustado alicia meu dia-a-dia
O medo insaciável sufoca a esperança de viver
O maldito sentimento não para de bater

Maldito sentimento não para de bater
Porquê bates coração meu? Oh dor! Porquê falas baixo?
Acorrentaste minha alma, sequestraste minha ânsia de sorrir
Cacófago eu sou, único culpado és tu, aparta-se de mim, oh sua peste!

Zombas das minhas delicadezas, dos suspiros subtis que apresento
Sorris sem parar quando lacrimejas, escorraças minha alma
Fecho os olhos com o intuito de não vê-la, esqueço-me que tu não tens rosto
Destruíste meus sentimentos, transformaste minha vida em campo de desaforos

Manipulaste o cerne do meu bem-estar
Convenceste minha alma que a felicidade é uma ilusão
Convocaste os algozes do amor
Uniste a ira e o desespero para abalarem meu coração

Alimentaste-me com o vazio do teu ego
Mataste-me a sede com cálice do deserto
Destruíste a luz e enalteceste a escuridão
Preparaste um banquete amargo
Na sombra da solidão