Armistício Vestirei minha armadura... José Regi
Armistício
Vestirei minha armadura
Contra as guerras e procuras que minhas não são
Minha espada sempre singra
O sagrado sangue da Aorta
Meus ferimentos são meus
E a mais ninguém importa
Lamberei as feridas se necessário for
Mas a flor do meu jardim
Ninguém arrancará de mim
Defenderei o direito de adorno
E todo o entorno que me respeite
Caso contrário serei eu a despeito
De tudo em que acredito...
O deleite
A luta
A lida
A lira
E quem se atira para dentro do meu cercado
Correrá enorme risco
De virar poema
Poesia
Ou outra infame heresia
Porque minhas guerras são minhas
E as terras de onde venho às flores cumprem
Sua missão de encantar os olhos do jardineiro
De janeiro a janeiro...
E jardim não é lugar de soldados
E nem guerreiros
Deixa florescer os canteiros
Criar abissal raiz
Para que ninguém esqueça o cheiro
O frescor e a matiz.
José Regi