SOLTO UM ESPECTRO đș Solto um espectro... Isabel Morais Ribeiro...
SOLTO UM ESPECTRO đș
Solto um espectro de falecidas
Sombras noturnas tristes
Uma pausa sem forma tocada
Um espĂrito que murmura sĂł
Uma dĂșbia luz no negrume
Uma cruz pesada de mĂĄrmore
Um ser vivo sem saber
Que mora dentro de mim
Uma alma perdida num nevoeiro mar
Uma Ăłpera cantada em silĂȘncio
De alguém que morreu sem saber
Nos lençois rasgados num olhar
Lirios que voam de cruel temporal
Nos sonhos de ambição morte
Na fugitiva eternidade cega
Sepulcro perdido lĂĄ em cima na serra
Reza de joelhos na escura noite
Sombra de si mesmo murmurava
No fim um espectro de falecidos sonhos
Meus, teus, nossos, mas quem sabe
As trevas sabiam das lĂĄgrimas choradas
Perdidas de falecidas dores de morte
Dos sacrifĂcios feitos pelos vivos
Pois dos mortos nada sabem nem querem saber