Amianto. Em uma velha e cinza sacada de... Felipe Garcez
Amianto.
Em uma velha e cinza sacada de prédio, uma alma já cansada se opõe a seus pobres sentimentos e decide se jogar de lá.
Sua alma agoniza por dentro, enquanto seu espírito já em estado de inércia não faz o mínimo de esforço para evitar o pré acontecido, ali parada por alguns minutos, aquele pobre ser não sabe como lidar com aquela situação, o confronto dentro de si já é banal ao ponto de já não estar mais ali para acompanhar o resultado da briga.
O tempo em questão já não é amistoso, pois a qualquer hora a ‘’decisão ‘’ precisa ser tomada de qualquer um dos lados, e com isso resta a única saída que se resume na pura ‘’tristeza’’ e ‘’dor’’, não só da mesma, mas sim de outros que irão adentrar nessa realidade em poucas horas.
Ali parada em um flashback instantâneo ela consegue ouvir dentro de si, ruídos e sons passados das melhores lembranças, que sempre a fizeram caminhar em tempos de guerra interior, como a voz da mãe chamando-a para tomar café ao raiar do dia, o primeiro ‘’eu te amo’’ ou até mesmo o cântico de parabéns no primeiro aniversário. Lembranças tais que não são fortes para aniquilar a dor e angústia em seu espírito.
Em um último minuto, tomou-lhe um fôlego profundo como não fazia à tempos, olhou a triste ‘’rotina’’ e a ‘’mesmice’’ das pessoas que passavam lá embaixo e sem um pingo de dó ou lástima se jogou lá de cima.
Muitos lamentaram pelo acontecido, outros queriam entender o por que daquilo, e uma pequena porcentagem assim como eu e você estão verdadeiramente preocupados com inumeráveis sacadas cinzas e velhas ainda presentes na grande São Paulo.