Como é ser você? de ser eu, eu... Messias, Vitor

Como é ser você? de ser eu, eu entendo. Sei como é acordar, me olhar no espelho e ver meu cabelo bagunçado, meu bom humor chato matinal e como eu me sinto quando acordam gritando ou abrindo a janela, quero literalmente matar qualquer um que aparecer na minha frente, sei como me sinto quando tenho ataque de ansiedade, ou não sei, porque é tudo tão confuso que até ler a palavra "ansiedade" me causa desconforto. Sei que sinto falta dos meus amores de infância, dos meus amores platônicos, dos impossíveis e dos correspondidos, sei que meu olhar muda quando olho para a minha mãe e vejo a pessoa mais importante do mundo. Sei que danço involuntariamente quando tocar major lazer, e que meus olhos lacrimejam ouvindo sign of the times do Harry Styles. Sei que meu coração transborda de amor por bebês e cachorros, e como me sinto mal e sofro ao ver um morador de rua e não poder leva-lo pra casa. Sei que tenho complexo de inferioridade e não me sinto bem ao ser comparado, porque eu sempre odiei comparações e as frustrações que elas causam, sei como sou quando sinto dor e quanta dor posso suportar. Sei dos meus traumas, de cicatriz, cada lembrança guardada no fundo do meu coração e de como são importantes e de quem e como essa pessoa ainda tem um poder enorme sobre cada célula do meu corpo. Sei que o sentimento mais forte que eu já senti até hoje foi ver minha irmãzinha, pela primeira vez e saber que eu faria e farei sempre qualquer coisa para vê-la feliz. Sei como é ter uma irmã insuportávelmente amável e querer causar orgulho a ela. Sei cada coisinha que já vivi. Sei o que senti. Sei dos meus medos, das minhas felicidades, dos momentos que fui surpreendido e dos momentos que me senti terrível, das minhas maldades, dos meus sonhos interrompidos, dos meus sonhos esquecidos e dos meus sonhos realizados. Sei o que passei, mas não faço ideia do que virá e de quanto ainda posso ser surpreendido por essa coisa de "vida" que está aqui para nos levar sempre além do que pensamos ser. Sei que ser eu é difícil, mas que as vezes é gratificante.