NÃO CEDO não há mais nada... Everton Medeiros
NÃO CEDO
não há mais nada interessante
tudo o que era bom foi-se noutro instante
nada presta, e se presta não é meu
um oco restou
mas louco sei que não estou
e insisto naquilo que sou
ou que penso ser, ainda que não seja
mesmo que um grande vazio insista em ficar
eu não desisto de tentar
vivo da insistência
pois desisti da desistência
enquanto ainda possuo alguma paciência
ainda que tarde o meu desejo
não cedo ao que não vejo
luto contra um inimigo imaginário
que não me deveria ferir
mas fere tanto quanto faz-me rir, o que é hilário
a vida segue e o resto acompanha
em tal viagem pouco me assanha
mas sigo na esperança que uma musa me inspire
e faça de mim seu inspirado oxiGÊNIO