SEDIMENTOS tão lentamente quanto o... Everton Medeiros
SEDIMENTOS
tão lentamente quanto o vasto tempo que passou
passa o mundo a uma nova era que não findou
de grão em grão, de fração em fração
o que um dia vivia, agora morto desce ao chão
cada ser, cada elemento, existente em dado momento
deve o seu desaparecimento tão somente ao tempo
nada nunca fica do jeito que um dia foi
e a cada dia algo se vai daquilo que o tempo deixou
no grande leito repousam os seres de uma nova era
ainda não sedimentada neste inconstante presente
a ser entregue num distante e descrente futuro