Estrada Eu vejo um menino,seguindo pela... Cláudio Francisco
Estrada
Eu vejo um menino,seguindo pela estrada.
No ombro, ele leva o cabo da enxada.
Marcando a pele, sangrando a carne.
Mesmo assim, sigo a viagem,
Tentando entender a triste realidade.
Um menino sendo homem, antes da idade.
Cantam glorias da situação do Brasil e nos ombros das crianças, o cabo da enxada é um esmeril.
Que corta, fere, deixando aparecer, um triste passado no presente permanecer.
Eis que continuo a viagem e nela, ouço alguém clamando por piedade, sem nunca ter dito amém.
No mundo do vem a nós, eu quero apenas a nossa vontade.
Que a paz reine com justiça
e verdade.