Te revelarei aos poucos, menina.... A Caramujo
te revelarei aos poucos, menina.
revelarei à ti, que tu és meu alter ego nunca comentado.
que tu és a razão que eu ainda escrevo-lhe textos.
tu és, menina, meu ar.
e que, as letras que compõem teu nome me fazem sentir uma brisa reveladora.
teu sub-sentido aguçado, que me faz sorrir, é um vento bagunçado.
teus cabelos, enroladinhos e negros, são um vendaval.
tuas palavras, menina, que fazem os músculos de minha boca se moverem parcialmente para o canto, é uma tempestade.
e menina, tu é um copo d'água em minha tempestade.
ao olhar-te, observo-me boba, perdida na imagem de café que tu me trás.
talvez por causa do tom de tua pele, que, particularmente, gosto de chamar de café com leite.
já disse pra tu não te acanhares, teus olhos são lindos, mas tua mente é mais ainda.
teus olhos que me lembram um buraco negro, e lembro que ao olhar-te me sinto flutuar numa via-láctea, menina.
teu corpo, que insistes em dizer que é acima do peso imposto, meu amor, tudo em ti é acima do imposto.
tudo em ti é inesperado, e é mágico.
é mágico tuas declarações espontâneas, teu jeito de tornar-me imatura, teu jeito de ser um furacão passageiro, que nunca passa.
menina, teus textos viraram uma parte de quem sou.
teus textos são agora, uma pastinha no canto do meu bloco de notas, que eu, graciosamente, apelidei de "menina".
então, menina, por favor, seja sempre quem tu és, porque eu te revelo aos poucos.
e aos poucos percebi que tu és um copo d'água em minha tempestade.