Talvez, não fosse pra ser. Talvez,... Tiago Nascimento
Talvez, não fosse pra ser. Talvez, tinha que ser mesmo assim... Muitas vezes esperamos a tal oportunidade certa. Durante essa espera convivemos com a fantasia, sonhos, desejos imaginários para suprir a falta do que nunca se teve. Esperamos a hora certa pelo simples fato de não fazer para os outros o que não queremos que retorne a nós. Ou porque queremos, dessa vez, fazer a coisa certa; ou pela única certeza de sabermos que será a última tentativa e que tudo valerá o tempo que se aguardou.
Por vezes a gente tenta se aproximar, mas as circunstâncias sempre vão contra nosso favor. Nesse momento paramos, respiramos, olhamos para o céu e na maioria das vezes repetimos: “- Meu Deus se for pra ser esperarei o momento certo!”. E seguimos adiante, com na música “...dois pés sozinhos e uma estrada...” o tempo passa. A vida segue. Momentos nos ensinam, aumenta às cicatrizes, o cansaço chega. Já não se espera mais, e é nesse momento que a vida nos dá um presente.
A música se completa: “...dois pés sozinhos e uma estrada, dois pés chutando latas. Aí eles tropeçaram em você, tropeçaram em você. Você me beijou e eu voltei do espaço com poeira da lua nos sapatos...” e todo o tempo, sonhos, espera ganham vida de uma forma tão imensurável, que em exatos sete dias se é capaz de viver uma vida toda, sorrir todos os sons, olhar a alma, abraçar o coração de uma tal maneira que se torna inexplicável.
Mas a vida, a vida vem com toda sua força e mostra que não são todas as esperas e histórias que tem começo, meio e fim. Talvez... eu nunca venha a saber como seria se tivéssemos o meio e jamais qual será o fim. Tudo ficou no começo, um começo cheio de coisas boas, de calmaria, de fotos, cuidado. E... e o céu está estrelado, né? Risos.
Talvez, por isso tudo, o abraço tornou-se apertado, as lágrimas teimaram em cair, os olhos olharam o chão e, incrivelmente, a voz ficou sem força e tornou-se silêncio para não dizer adeus.