O ciclo do dia A manhã vai chegando em... Graça Leal

O ciclo do dia

A manhã vai chegando em silêncio, e de mansinho
De mansinho desperto e me dou conta do novo dia
No novo dia, de mansinho, vejo as horas se apresentando ao tempo
São operárias do movimento do existir
Tarefas cumpridas e de mansinho a noite pede passagem
Já estou no ritmo apressado, logo o sono não tarda
Lentamente o luzir das estrelas ocupam o seu pedaço do céu
E sem a pressa de ser admirada a lua se posiciona no pedestal do breu
Contemplo este cenário ocidental
Me encanto por essa magia ser possível, igualmente, num cenário oriental
Tranquila, banhada e alimentada bocejo cansada
De mansinho rendo-me ao propósito dos novos raios de sol
Que sorrateiramente me despertarão na próxima mansa manhã
Este ciclo se alterna entre dias de sol, chuvosos ou nublados
Mas as manhãs não se importam com as mudanças do clima
Elas sempre chegarão, pontualmente, de mansinho
É devagar que a vida acontece. A plenitude não tem pressa
A noite não é o fim do dia, apenas a contribuição do Tempo para o seu recomeço
As operárias do movimento do existir não adormecem
Em continência laboram para o ilustre morador da lua
Enquanto o astro Rei é reverenciado no oriente.