MERGULHO Mergulho em águas bravias de... Janaína da Cunha
MERGULHO
Mergulho
em águas bravias
de misteriosas incertezas.
Mergulho
de olhos vendados,
descobertos...
fechados, abertos...
mergulho.
Banho o corpo dos meus versos
no magnetismo refletido
em outro olhar.
A imagem do verbo
no espelho das águas ocular
atrevidamente me chama...
e eu vou!
Poeta:
misto de benção e maldição!
Por que amamos com tanta intensidade...
com tanta entrega?
Por que nos deixamos levar em ondas de delírios que vem e vão...
que vão e vem...
vem e vão em vão... ou não?! Porque essa necessidade louca,
quase mórbida,
de ser, sentir...?
Se amar é sofrer...
então, me sinto viva na dor?
Eu quero é ser feliz!
Mergulho em sinônimos
antônimos
antagônicos plurais.
Perco o fôlego, quase morro...
Reavivo no boca-à-boca da vida,
retorno e me corto entre corais...
Sobrevivo.
Insisto!
E novamente mergulho!
Sim... eu mergulho.
A alma de um homem
é o meu Oceano!
Janaína da Cunha