OS SINOS AINDA DOBRAM Hoje ouvi Raul, o... Janaína da Cunha

OS SINOS AINDA DOBRAM

Hoje ouvi Raul, o Seixas, e me lembrei que nunca me despedi de você.
Um descuido que minha boa educação não permite.
Perdoe-me...!

Abri o baú de recordações e nesse momento estou enterrando no cemitério do esquecimento suas últimas imagens
ainda vivas.

Não me queira mal
- Ah, ex Amor! -
se no fim desse "adeus" rasgar todas suas fotos, gargalhar de sua fome sonolenta e (re)inventar o sentindo da sede.

Não se assuste se
- por acaso dos acasos
exagerar um pouco no desespero e quebrar o espelho da sua insignificância com o olhar raivoso de minhas mágoas ou blasfemar a luz de sua escuridão no altar das suas sinas.
Sinas as quais você mesmo escolheu para si.

Um segredo confesso:
escrevi seu nome completo em paredes sujas com o vermelho
de minha dor e, criativamente,
na minha mente, transcrevi subjetivamente
em sua carne todas as marcas que suas atitudes levianas tatuaram em minha Alma.

E - depois de tudo -
(Ah, ex Amor!)
não me leve a mal
se minhas palavras
se esconderem no aconchego do silêncio.
Não interprete isso
como desprezo
- mentira, é sim! -
e nem leia meu ódio
com maldade...
Essa é apenas uma forma de proteger meu direito de ser a Mulher que um dia o amou
com dedicação e covardemente,
por seu mau caráter,
foi usada e traída!

Sim,
- ex merda de "amor"! -
os sinos ainda Dobram,
batem,
ressoam,
tocam,
me tocam...
Mas não por você!

Janaína da Cunha