Recado aos artificiais Não, não e... Allan Caetano Zanetti
Recado aos artificiais
Não, não e não!
Não me venham com falsas solidariedades.
Dispenso todas as falas mecânicas,
Enfadonhas, assim como vocês.
Não quero ser nada.
Vocês, que querem-me um homem de ambição,
Fiquem sabendo que não tenho nenhuma.
Por que haveria eu de ter alguma?
Desgraçados todos estamos,
Condenados à morte desde o início.
Não tornem o percurso tortuoso.
Que tal uma saudação ao vazio?
Por favor, evitem me procurar.
Estaria eu presente se quisesse!
Se me ausento, é por indiferença.
Tanto faz tudo isso...
Bons samaritanos:
Por que tão entediantes?
Que erro é ser muito correto.
Deixem-me aqui em paz!
Engulam o entretenimento barato,
Assistam às exibições mais chulas,
Mas não contem comigo!
Eu preciso estar só.