Como eu te admiro, você não diz nada,... Fábio Murilo

Como eu te admiro, você não diz nada, você faz. - Vou aqui, fala, pera um pouco. Quando volta, pergunto: - Foi aonde? – Fui vencer mais uma batalha. Você não quis, foi jogada as feras, as farpas, a caminhar nas brasas, a vida te deu um limão, como se diz, e fez uma limonada, uma jarra. Você é produto do meio, de um meio muitas vezes hostil por demais, como são às vezes pra todos, indistintamente, servidos do cálice de fel e fogo. Mas, você tem jogo de cintura, você atura, verga mais não quebra e uma hora flori feito os cactos do deserto, mesmo sem platéia a aplaudir, sem ninguém por perto, acredita que pra tudo tem jeito. Você chora, você ora, você sofre como tanta gente, indistintamente, você sente, mas, não reclama. Não é fácil ser como você, como as pedras que se moldam ao choque das águas, mas, parecendo debochadas, mais lindas se tornam, nem ai, como acariciadas, se preocupar faz mal pra pele, diz. Você é um fenômeno, é autêntica, como são os heróis, os personagens idealizados da TV, filmes, novelas, você parece ter saído da tela.