Um soco secular sacode a tua. Atua na... Anderson de Menezes
Um soco secular
sacode a tua.
Atua na minha cabeça.
Cabeça que não quer
outra cabeça pra pensar.
A fome é secular,
a sede aqui não cala,
não para de falar.
A sede seca aqui, mas
não seca lá.
A fome aqui não para,
não para de falar.
A fome é de secar,
cercada em ser cada,
Poço que nunca seca,
passo que quer chegar
sacode o corpo, temos
o ritmo, tons, tambores
o som do povo, soco popular.
Um soco secular
não cala na minha cabeça,
Circula nela feita pra pensar.
Um soco, um saque,
um cerco, um ciclo,
um circo de socorro cego
um soco secular.