​ E logo eu que sempre amei... Ana Gracia


E logo eu que sempre amei metáforas, vi todas elas fugirem ao pensar em como escrever sobre minha vontade infinita de beijar seu sorriso.

Não só pelo sorriso, mas por tudo que ele representa.

Não se admira um único bater de asas de um beija-flor, mas sim o seu voo inteiro.

E ali eu me vi, tentando segurar o seu voo inteiro com meus dedos finos e tentando fazer meus lábios encontrarem o que é tudo isso que revira meu peito, que faz meu furacão no estômago perder a direção e meus cabelos parecerem bagunçados demais.

Mas eu não sei explicar tudo que se amontoa em meu pensamento ao te ver, todos os textos que fazem minhas mãos tremerem e todas as palavras que se engasgam me fazendo não falar nada, como se todas as penas de um beija-flor invadissem meu nariz e fosse impossível respirar e não sentir o teu perfume.

E quando finalmente eu o vejo seguindo para outra flor ou para o jardim de onde veio, eu mesma me descubro beija-flor e me enxergo voando em direção ao seu sorriso-flor.