Lá estava, eu como sempre fazia nos... Leda Kallyta
Lá estava, eu como sempre fazia nos finais de ano, sentado em um banco de aeroporto esperando o meu vôo que havia atrasado. Com uma xícara de café na mão, e um cobertor verde musgo que havia ganhado no natal passado de uma das minhas tias do interior, eu observava as pessoas que ali passavam sempre tão apressadas e fechadas.
Em meio a esse "corre" de pessoas um casal me chamou muita atenção, então comecei a observá-los de forma mais atenta. Uma mulher morena, de cabelos longos e lisos, de idade aparente de 25 anos, estava com seu namorado, um jovem alto de pele bem clara e que aparentava ter seus 27 anos de idade, o jovem na verdade parecia bastante ocupado, sempre ao notebook ou ao telefone. Enquanto eu observava a jovem, tão inquieta e incomodada vendo-o de um lado para o outro e nunca se quer trocara uma frase, a não ser aquele típico "vou fazer uma ligação" que ele falava desde o momento em que haviam chegado.
Após alguns minutos, ainda me encontrava mesmo que sem querer, reparando naquela situação de um jovem casal, vi de longe a moça se levantando, irritada, eu percebi pela forma que ela se levantou, de mãos fechadas e o rosto rígido, a garota se aproximou do namorado pegou seu telefone, jogou-o no chão, a ponto de se tornar alguns pedaços, e com voz escandalosa, (intencionalmente) começou a falar: "São 3 meses que já se passaram e tudo o que eu pude ver, é como em 3 meses alguém muda sua vida pra pior!". Logo depois vi que a garota pegou sua mala marrom, de rodinhas, à qual estava tão pesada que teve dificuldades para arrastar, e saiu. O rapaz, já com o rosto choroso e arrependido, dirigiu-se a atendente da linha aérea, trocou algumas palavras e saiu pela porta da frente.
E depois disso tudo, eu ainda com a xícara de café, já vazia, e a mente cheia de pensamentos, me pus a questionar, e cheguei a conclusão, que um amor mal aplicado, dói muito mais que estar sozinho.