O DESÂNIMO - Mas antes eu não era... Hupomone Vilanova

O DESÂNIMO
- Mas antes eu não era assim... Hoje não tenho ânimo pra nada.
- Entendo... E perguntei-lhe:
- Como voce gasta seu tempo sem ânimo? Sua resposta foi imediata.
- O tempo me aprisiona dia e noite. Parece que parou só para mim. Todos os dias espero por mudanças e nada acontece. Sem motivação, não tenho o que há de fazer, a não ser reclamar o dia todo.
Atento ao seu desabafo, disse-lhe:
- O bom é que você ainda respira, pelo menos isso. E isso é muito bom.
- Ora... como assim? Respira...? Mas eu não estou morto!
- Ótimo! Melhor ainda. Complementei...
- Se voce ainda respira, pode pensar, se pensa, pode muito bem agir. Você ainda não morreu, claro.
E continuei...
- O desânimo atinge todo mundo e em muitas vezes chega sem aviso prévio, isso é natural. O que não é natural, é fazer dele alimento para nossa alma. Uma vez alimentado, pode-se abrir uma outra situação de desconforto, a categoria do pessimismo. Observe que uma pessoas bem nutrida de desânimo, é fortemente pessimista e ainda doa parte dessa dieta para quem o aproxima. O pessimista sempre acha que nada vai dá certo pra ele e nem para os outros. Nunca se esforça em busca de sua melhora. Todos os dias faz a mesma coisa esperando um resultado diferente, que nunca chega. E ainda reclama da própria vida.
-Ah! Entendi. Respondeu-me surpreso:
- Você quer que eu vá em busca do ânimo, para que eu tenha uma vida melhor?
- Ânimo sem esforço em nada muda. A diferença encontra-se no sacrifício. Respondi.
- Como assim?
-Olhe lá aquela saúva levando em seu " lombo" o dobro do seu peso o seu alimento. Animada está, ligeirinha tombando de um lado para o outro segue em frente, sem desistir, seu objetivo é chegar em sua colônia com seu mantimento. Mas acredito, que ela segue sem reclamar do esforço danado que está tendo. Seu sacrifício valerá a pena quando chegar ao seu formigueiro.
- Só se combate o desânimo com muito esforço para obter uma vida melhor.