SONHO MEU, SONHO MAU Acordo. De fato,... Everton Medeiros
SONHO MEU, SONHO MAU
Acordo.
De fato, não sei.
Talvez ainda durma.
Nada parece certo.
Não me sinto desperto.
Mas estou na cama,
deitado.
Nem mesmo estou coberto.
E agora sinto frio,
tão forte,
superficial e também profundo.
Um intenso calafrio,
que me gela e cala tudo,
exceto o caloroso frio.
Na velha cama,
tão velha que já reclama,
quero ferozmente levantar.
Em total prostração,
nem ao redor consigo olhar.
Tudo que ouço
é a lenta respiração.
Neste corpo-calabouço
nada resta em esperança.
Do imóvel arcabouço,
tento a mão... sequer alcança.
Em matutino desatino,
cerro os olhos e raciocino:
Seria um sonho meu,
ou seria um sonho mau?