COISAS DE RIO Riu, riu, muito, dou... Antonio Montes
COISAS DE RIO
Riu, riu, muito, dou gargalhadas
rio água, rio deságua, rio apaga...
Água doce, água límpida,
corre fria e vai desaguar no mar...
Conheço peixes que dão rabanadas
em sua correnteza,
em suas águas... E peixes...
Que vão lá, p'ra delirar.
Rio, rio... E aqueles meninos
que de seus barrancos
correm no pique, dão salto?
Pulam em ti... E saem felizes,
existe dando braçadas,
sem nunca ter tempo de ensaiar.
É rio... As suas margens
são flores de raras belezas...
São encanto em sua fortaleza,
encantando o nosso olhar...
O revoar das borboletas
em sua beirada...
O chilrear dos pássaros,
os pássaros em sua volta...
são fortalezas, de vida
que só você pode propagar.
Lá vai o canoeiro em sua canoa,
em seu leito, levando gente boa
a garça com sua alvura,
se assenta na proa...
Manhãs de neblina, tarde de garoa
o mundo se move uma vez e outra chove.
Em sua volta, você sem porta aporta
tudo que por ti pode passar...
Em suas águas, passou boi, cavalo boiada
passou reza, procissão,
cortejos... Certidão de casamento
beijo suspiro paixão...
Noiva concretizando sonhos,
sonhos sonhando do coração.
Antonio Montes