MAR BRAVIO Ondas bravas vem, ondas... Everton Medeiros

MAR BRAVIO

Ondas bravas vem, ondas débeis vão
O velho pescador, Joaquim e seu irmão
Navegando o velho barco pesqueiro
Enfrentam a fúria de um mar traiçoeiro

Jovens que nunca navegaram
Ancorados ao avô que sempre amaram
Protetor, o velho os acolhe
Mas teme, pois sabe, o mar é quem escolhe

Enfurecidas águas castigam forte
Três vidas que vislumbram possível morte
A esperança recai na modesta embarcação
Que essa cumpra sua perene vocação

Sem descanso, o barco sobe e desce
Passando mal, Joaquim empalidece
Seu avô, segurando no timão
Guia o barco, atravessando o furacão

Não há alento nesse mar tão arredio
Três vidas que seguem por um fio
Nas mãos do velho pende o futuro
Para os jovens o fim é prematuro

Ondas fortes fustigam ferozmente
Resta apenas torcer, infelizmente
Para os jovens o medo é muito forte
Para o velho o medo é seu norte

O casco suporta a grande fúria
Resiliente, não aceita vil injúria
Aderna, mas segue flutuando
Navega, não se sabe até quando

O pânico dos jovens só aumenta
Parece não ter fim atroz tormenta
O desespero parece dominar
O que fazer, a não ser acreditar?

De repente, a tormenta desvanece
Para os três, a esperança resplandece
A vida desta vez se compadece
Noutra vez, quiçá, desaparece